Contêineres \ Arquitetura

CASA CONTÊINER SUSTENTÁVEL
A união do dinamismo social, praticidade, reutilização, sustentabilidade, mecanização, arquitetura e arte.


Os containers quando descartados, podem se tornar um problema para o espaço público e para a natureza. Mas o projeto “Container Habitat”, desenvolvido pelas arquitetas Lívia Ferraro e Clarissa Debiazi Zomer, exposto na mostra Casa Nova 2009 em Florianópolis – SC, o qual destaca soluções de arquitetura e decoração, pode ser uma boa opção de solução inteligente para evitar o descarte incorreto dos containers.

A Arquitetura sempre foi pensada a partir de princípios básicos como a estaticidade, a estabilidade e a durabilidade. As vertiginosas mudanças econômicas, sociais e culturais de hoje solicitam novas alternativas de planejamento espacial fundamentadas em conceitos como a mobilidade, a flexibilidade, a mutabilidade, a instantaneidade, a efemeridade e a reciclagem.
A idéia de reaproveitar containers nesse projeto surgiu devido à proximidade com o Porto de Itajaí e a “Container City” região portuária que se tornou um imenso depósito de containers sucateados representando o potencial adormecido que temos ao lado e que não podemos ignorar. A arquitetura em containers é uma realidade no mundo, porém no Brasil ainda estamos muito atrás no que se refere à mecanização e pré-fabricação na construção.
O projeto de moradia sustentável inclui geração de energia solar, tratamento de esgoto, captação de águas pluviais, piso em bambu laminado colado, piso de pneu reciclado e laje jardim, além do reaproveitamento de material usado na forma de móveis, utensílios e objetos de decoração. Foi desenvolvido em parceria com o Laboratório de Eficiência Energética da UFSC, sendo que a energia necessária para o módulo é gerada por painéis fotovoltaicos, ou seja, é a luz do sol que garante a eletricidade da casa. A idéia é que a casa seja autônoma, de alta qualidade, rápida execução e custo acessível.


Para a instalação dos painéis na casa foram utilizados 20 módulos fotovoltaicos da EPVSolar de 40Wp de potência, totalizando 800 Wp de potência instalada. Os módulos foram apoiados em estruturas de madeira, em quatro fileiras, com inclinação de 5°. Esta inclinação é variável, adaptando-se a inclinação ótima (igual à latitude local) para cada região. Com 800 Wp instalados, o sistema fotovoltaico é capaz de gerar, na cidade de Florianópolis, em média 83 kWh por mês, chegando até 115 kWh/mês em novembro. A geração anual seria de 1 MWh/ano. Considerando as cargas da Casa Container, o consumo de energia elétrica estimado seria de 100 kWh/mês. Desta forma, com o sistema fotovoltaico instalado em sua cobertura, a energia gerada seria suficiente para suprir 83% de sua energia anual, sendo superior ao seu consumo nos meses de verão. Como o sistema foi projetado para estar conectado à rede elétrica pública, quando houver excedente de energia, a mesma é injetada na rede e quando a energia fotogerada for inferior ao consumo, a edificação puxará energia da rede. O sistema conectado à rede é mais ecológico do ponto de vista ambiental do que um sistema autônomo tanto por não utilizar baterias (compostas por materiais tóxicos), quanto por não necessitar ser superdimensionado a ponto de atender os meses com menores níveis de irradiação solar.
A casa ecológica tem pequenos amassados nas laterais externas, que foram mantidos para manter o charme e fazer pensar por onde teria andando a casa viajante.
Num espaço de 6 metros por 2,5 metros, há banheiro com closet e uma sala-quarto que também serve de cozinha, com um pequeno micro-ondas e um frigobar. O vaso e o chuveiro são separados com portas de vidro.


Tudo foi pensado para aproveitar melhor o espaço, com mesas e bancos embutidos e um sofá-cama. As paredes da casa podem ser abertas e, como num brinquedo Lego, tudo pode ser desmontado e encaixado.
Mesmo pequena, a casa é confortável e prática, com espaço para livros, plantas e mimos que dão um toque de personalidade.
Na parte externa, o revestimento termoacústico evita que a chapa do container esquente. Por dentro, foi usada a lã de vidro, um isolante térmico e acústico para manter a temperatura agradável e evitar o uso do ar-condicionado. As paredes são de gesso acartonado.
No piso, a arquiteta sugere o compensado naval original, desde que lixado e com verniz. O acabamento fica com uma aparência mais rústica e é uma solução mais econômica. Para a mostra, foi usado um PVC que parece madeira.

Fonte: http://blog.zeppini.com.br/2009/07/15/casa-%E2%80%9Ccontainer%E2%80%9D-e-solucao-para-moradia-sustentavel/

http://www.designpvc.org/index.php/noticias/98-geral/509-casa-container-esta-em-exposicao-na-mostra-casa-nova-boutique.html


Gabriela Rupf
Mirela Fazolo
Nei Parrini Jr.
Stella Hoppe
Wagner Gomes






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