Habitação, Personagens e Conceitos 02

A proposta deste trabalho é analisar o projeto Habitação em Paraisópolis - SP, do escritório ELEMENTAL – Chile, colocar em questão quais são os personagens na elaboração da concepção, do desenvolvimento, da construção e do uso do projeto. E também discutir a solução arquitetônica, a inserção de tecnologia, a possibilidade de expansão, a pré-fabricação e a autoconstrução. Segundo REVISTA AU, ano 24, número 186 “A proposta do Elemental para Paraisópolis, segunda maior favela paulistana, é implantar um modelo de conjunto habitacional popular que mantém a vida comunitária e permite que a autoconstrução seja valorizada (...) são quatro bloco de oito andares com apartamentos dúplex ou tríplex. No nível da avenida (ainda inexistente) estão previstos estabelecimentos comerciais para manter a atividade econômica dos moradores e também promover a integração com a cidade.

Em vez de uma casa completa, porém pequena e de baixo padrão, o escritório propõe construir a metade de uma casa boa, com uma estrutura-base pronta para o proprietário ampliá-la e valorizá-la”.


Perspectiva do projeto


O projeto está inserido na avenida perimetral, que tem o objetivo de conectar as áreas importantes de região metropolitana, possibilitando a expansão da cidade com mobilidade e acessibilidade.

A proposta de verticalização do projeto é devido às pequenas dimensões do terreno cedido pela prefeitura. O projeto serpenteia dentro do terreno, e nas áreas côncavas da sua sinuosidade geraram as áreas comuns de convivência da comunidade. No térreo foram previstos estabelecimentos comerciais para fomentar a economia local.

Sobre a diversidade de usos, tendo residências, comércios e serviços, este projeto procura ser diferente do “pouco mais que a proteção contra chuva e frio, espaço e equipamentos para preparo de alimentos e descanso.”(FERRO, 2006) da tradicional habitação de interesse popular. Isso ocorre devido a uma boa infraestrutura básica, uma cozinha e um bom banheiro e a possibilidade de acréscimo de área útil dentro da realidade de cada morador, além da opção por unidades de comércio e serviço no térreo.




Tipo de plantas baixas

De acordo com Ferro, o morador, na autoconstrução, vê a própria casa como temporária. Pela falta de recursos e de tempo, – construções no final de semana, o sobretrabalho – a construção da moradia é feita sem planejamento, gerando espaços mínimos e muitas vezes insalubres, sem o uso de técnicas construtivas adequadas. Este projeto do Elemental pensa desde a concepção em ampliações futuras de forma controlada e com qualidade técnica.

O uso de préfabricado possibilitou a construção do módulo básico, mais difícil e caro de ser executado, como as paredes estruturais, as lajes de concreto, as instalações hidráulicas e escadas. As ampliações feitas pelos próprios moradores se diferenciam desta unidade padrão, sendo esta o acréscimo de quartos e salas, entendendo que esses espaços podem ser construídos na forma típica da autoconstrução. “Nas unidades de dois pavimentos, a área inicial de 44,6 m² pode crescer até 63,90 m². Nas de três, a área máxima é de 83,74 m². Para evitar a deterioração típica de expansões autoconstruídas, o projeto já prevê o cenário final da casa”.


DIAGRAMA DE CONSTRUÇÃO


Bibliografia

FERRO, Sérgio. Arquitetura e trabalho livre. Editora Cosac Naify. São Paulo, 2006.

REVISTA AU, ano 24, número 186, 2009


Grupo:

Alexandre Bessa

Bruno Bowen

Leandro Correa

Lilian Dazzi

Samira Proeza

Stephanie Azevedo




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