HABITAÇÃO POPULAR – TÉCNICAS CONSTRUTIVAS E SUSTENTABILIDADE 03

Estruturas em Frame Metálico com Painéis de Vedação

Sabemos que ultimamente a construção civil vem se racionalizando. A substituição do tijolo estruturas em Frame Metálico é um fato que vem ocorrendo há muito tempo nos países de 1º mundo e é proveniente de um maior planejamento econômico e estratégico das construtoras.

Infelizmente, essas tecnologias não vêm nos oferecendo, de forma proporcional, uma arquitetura de qualidade no sentido estético e, principalmente, contextualizada com o desenho urbano. A maioria das casas pré-fabricadas populares também possui seus projetos pré-concebidos, no intuito exclusivo de baratear sua construção. Ignoram, portanto, as particularidades físico-ambientais e cultuais de cada região assim como promovem a padronização e a manotonia do espaço.

Essa constatação condiciona o desenvolvimento do projeto, na medida e que se propõe uma forma mais livre de organização do espaço, sem utilizar como finalidade sua limpeza e clareza do ponto de vista formal. Sob ótica social, a arquitetura deve potencializar as pecularidades de cada região, interferindo somente nos quesitos que lhe competem, sendo esses técnicos. Nos demais, deve prevalecer a ponderação, buscando não causar grandes interferências nas comunidades, assim como não estabelecer regras de uso do espaço, uma vez que estas não são devidamente do controle do arquiteto, mas da cidade. Cada lugar tem sua vida própria, que deve ser respeitada até onde não interfira na qualidade de vida da cidade e na segurança de seus moradores. Além disso, a preservação da cultura de um lugar pressupõe que a autenticidade e a busca da qualidade de vida deva prevalecer à maquiagem inconsistente.

Como a utilização de modelos habitacionais costuma acontecer em série, deve-se utilizar elementos de repetição enquanto uma identidade construtiva, sem causar um efeito de monotonia.

Dada, a nossa realidade sócio-econômica e a demanda por habitações populares, a proposta deverá estar centrada na idealização de edificações de baixo custo, sem, no entanto, comprometer a qualidade do espaço. Nesse contexto, ao optar pela técnica de pré-fabricados, obtém a possibilidade uma construção melhor planejada, mais rápida e mais limpa.

Caberá, portanto, em cada caso, um criterioso estudo de impacto urbano e ambiental, para que se possa definir de forma consistente como deverão ser implantadas cada casa, sua relação com as demais, as possibilidades de expansão vertical ou horizontal, a posição correta de suas aberturas buscando uma melhor adequação climática, suas cores, sua relação com o entorno imediato e paisagístico, ou seja, um estudo que vai além do projeto modelo proposto, pressupondo modificações necessárias à adequação do mesmo à particularidades locais.

Condicionantes como ventilação, sombreamento e utilização de materiais construtivos específicos orientam devem orientar o projeto, no sentido de criar uma ambiente confortável do ponto de vista térmico luminoso, assim como viável em termos de custo.

A proposta deve prever o sombreamento das fachadas expostas à insolação indesejável através de vegetação, das demais construções e de elementos arquitetônicos específicos, como beirais. Utiliza-se a ventilação cruzada como recurso bioclimático de conforto térmico, também proporcionado pela utilização de materiais de vedação com baixa condutibilidade térmica. Deve ser considerada ainda a relação com o ambiente urbano, de maneira a contribuir para conforto acústico e uma iluminação adequada de precedência indireta. É muito importante que haja um sistema de armazenamento e reaproveitamento da água de chuva como principais objetivos para gerar menor impacto ambiental e diminuis os gastos do usuário com relação ao abastecimento de água.
Figura 1 –Casa do programa Usiteto (Fonte: Usiminas, 2001)


REFERÊNCIAS
APOSTILA de Habitação Popular Ecológica – FACITEC/LPP-UFES, 2002

FITTIPALD, M. Habitação social e arquitetura sustentável em Ilhéus/BA. Dissertação (mestrado), Programa Regional de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA: 2008.

IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica. Materiais ecológicos e tecnologias sustentáveis para arquitetura e construção civil: conceito e teoria. Apostila n. 2 do curso Materiais Ecológicos e Tecnologias Sustentáveis. São Paulo, 2006.

IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica. Nove Passos para a Obra Sustentável. São Paulo, 2006. Apostila do curso Materiais Ecológicos e Tecnologias Sustentáveis. São Paulo, 2006.

LENGEN, J.V. Manual do Arquiteto Descalço. Rio de Janeiro: Casa do Sonho, 2002. 724p.

SITES:
http://www.calearth.org
http://www.rumosustentavel.com.br/habitacao-popular


Ana Carolina Giovanni Cecatto;

Daniela Valt Nepomuceno;

Renata Collodetti

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