Jordi Borja que julgava que urbanismo era de esquerda e a
especulação era de direita, acordou do ‘sono dogmático’, e passa a vislumbrar o
darkside do planejamento.
Jordi Borja - que reuniu uma fila de inimigos devido defesa do Planejamento Estratégico, convertido como "pensamento único" da cidade -
em publicação recente denuncia que a vocação política desapareceu do urbanismo,
este tem “naturalizado como evidência
objetiva os mecanismos intocáveis dos efeitos perversos do capitalismo
especulativo dominante”.
Assim, Borja em forma de questionamentos coloca que a participação tem sido utilizada pelos
poderes públicos para gerar consenso passivo e para deslegitimar o conflito
social; que sustentabilidade é incompatível com a arquitetura ostentadora e
perdulária, com o desenvolvimento periurbano extensivo, com a cultura do automóvel
privado, com as legislações urbanísticas e financeiras permissivas.
Ainda,
Jordi Borja se pergunta se são críveis os programas políticos que propugnam o
direito a moradia, ao movimento, ao acesso às centralidades, todavia não
propõem medidas para deter a especulação do solo e a exclusão de setores
populares das áreas centrais renovadas, não torna acessível à toda população o
transporte público em termos de preço da tarifa e extensão e conectividade em
rede? Borja ainda se pergunta: os discursos abstrusos sobre governabilidade e
governança têm alguma utilidade que não seja desresponsabilizar os governos e
legitimar a inflação institucional?
Por último, questionamentos são dirigidos
aos arquitetos que “bombardeiam” livros didáticos universitários e periódicos
especializados com discursos humanistas, mas exaltam a arquitetura como objeto
singular e gratuito (BORJA, 2011).
BORJA, Jordi. Prólogo. Homeopatia crítica. In.
MONTANER, Josep & MUXI, Zaida. Arquitectura y Politica. Barcelona, Gustavo Gili, 2011
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