Governo paga agora a conta do estímulo à venda de carros

Quase cinco anos depois do início das medidas de desoneração de impostos para a compra de veículos, o governo federal se vê acuado pela pressão popular para beneficiar também os usuários do transporte coletivo.
Em 2008, o Planalto reduziu as alíquotas do IPI sobre diversos produtos, incluindo automóveis, como medida de estímulo ao consumo.
Além de movimentar a economia, a medida resultou em um crescimento expressivo nas vendas e a consequente motorização das grandes cidades.
Entre 2008 e 2012, houve um aumento de 30% do número de licenciamentos de carros novos. Ao considerar apenas o número de automóveis, a frota brasileira chegou a marca de 43.541.296 unidades em abril de 2013, um aumento de 42,4% frente ao mesmo período de 2008, de acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito.
O professor da UnB José Matias-Pereira, especialista em administração pública, alerta que ao usar determinados estímulos para uma área, pode-se gerar consequências negativas em outras.
“Quando olhamos todo esse estímulo da indústria automobilística, um setor industrial com enorme poder de pressão e influência, você acelera o processo de deterioração da qualidade de vida nos centros urbanos”, afirma.
Desse modo, a tendência da frota de veículos é continuar crescendo, mas sem um enfrentamento dos outros problemas, como o transporte público.
“Fica claro que os governantes estão girando em torno de si mesmos e não enfrentam os problemas de qualidade de vida nos centros urbanos”, afirma.
Desse modo, a tendência da frota de veículos é continuar crescendo, mas sem um enfrentamento dos outros problemas, como o transporte público.
“Fica claro que os governantes estão girando em torno de si mesmos e não enfrentam os problemas de qualidade de vida nos centros urbanos, como capacidade de circulação e segurança pública. Isso também motiva as pessoas a reagir contra os governantes”.

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