Modelo Digital de Elevação (MDE), Vila Velha, trecho Itapoã – Barra do Jucu. Flavio Martins


Mapa feito pelo Flavio Martins. Modelo Digital de Elevação (MDE), Vila Velha, trecho Itapoã – Barra do Jucu. comentário de Angela Gomes no facebook.

Aquisição, processamento e utilização de dados digitais para a elaboração de modelos que representem o relevo e auxiliem o planejamento e ordenamento do território. Trata-se de informação de suporte para a tomada de decisão. Os modelos, inclusive os que representam apenas o terreno (MDT), são usados também para calcular volumes de água contidos em áreas alagadas e reservatórios. Este mapa apresenta apenas a visualização das informações altimétricas, incluindo as edificações. A legenda é autoexplicativa.
A situação atual de Vila Velha, que após um período intenso de chuvas ainda apresenta bairros alagados, é decorrente de um processo natural, somado a um processo histórico de ocupação do litoral sul do município. Consta na minha memória que esta área foi parcelada na época da construção da Rodovia do Sol, quando surgiram vários loteamentos em desacordo com a Lei Federal 6766/79. Em seguida, na década de 80, vieram os grandes conjuntos habitacionais, fruto da política estadual e federal de habitação com a participação da construção civil, nem sempre a mais adequada em termos urbanísticos, seguida da ocupação da região de Terra Vermelha e, na década de 90, a verticalização intensa da Orla que se expande hoje para as quadras vizinhas, além da rodovia do sol. O primeiro PDU da cidade é 1979 e foi revisto no ano seguinte. Nova revisão ocorreu em 2007 e 2013, assunto que renderia outra postagem.
Com a área urbana expandida e os problemas metropolitanos de habitação, transporte e infraestrutura, as várias esferas de planejamento, que incluem estado, município, concessionárias e também a construção civil, nem sempre estão tecnicamente articuladas entre si. O ônus por empreendimentos privados feitos sem qualquer infraestrutura, somados a sequência de administrações municipais com pouco compromisso técnico com as questões da cidade, pertence hoje aos moradores. Apesar da existência do Estatuto da Cidade, que regulamenta a política urbana com ênfase na participação popular, a questão técnica relacionada ao planejamento físico territorial, sob a ótica da PMVV, parece desconsiderar os especialistas, as ferramentas de análise espacial e as informações cartográficas existentes, que foram financiadas com recursos públicos. Então, o que falta para melhorar a situação atual? Vontade política para enfrentar os problemas? Amor pela cidade? Ampliar o quadro técnico de profissionais da área de planejamento? Os técnicos de planejamento municipal e estadual são consultados? E a integração com os municípios vizinhos? Existem estudos de macrodrenagem da RMGV? Se existem, onde estão? Segundo dados do IBGE, entre 2000 e 2010 a população de Vila Velha passou de 345.880 habitantes para 414.586, o que representa um crescimento de 19,86%, sendo hoje a cidade mais populosa do Espírito Santo. Enfim, sou moradora de Vila Velha e não acredito em soluções mágicas.

Comentários

  1. Olá,

    tem algum contato que possamos conversar? Sou estudante de doutorado da COPPE/UFRJ, capixaba, e para minha tese gostaria de trabalhar a gestão de riscos hidrológicos, estudando casos do ES ocorridos em 2013. Posso explicar melhor minhas ideias num posterior contato.

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