prefeitura de hamburgo envolverde - Revista Fórum | Revista Fórum

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Hamburgo, no norte da Alemanha, está começando a por em
prática um plano para ligar as maiores áreas verdes do município através
de ciclovias e vias para pedestres, possibilitando o deslocamento por toda a cidade sem a necessidade de automóveis



Por Jéssica Lipinski, no Carbono Brasil 



A chamada Rede Verde (Grünes Netz) deve ser construída nos próximos
15 a 20 anos e as vias para pedestres e bicicletas ligarão todos os
parques, reservas, playgrounds, jardins comunitários e cemitérios dos
sete distritos do município, que correspondem a 40% da área total
de Hamburgo. Aumentando o número de ciclovias e vias para pedestres e
diminuindo o acesso dos carros, espera-se que a utilização de automóveis
seja reduzida substancialmente.


Atualmente, Hamburgo é considerada uma das melhores cidades para se
viver no mundo, mas um de seus pontos fracos é o transporte: seus oito
milhões de residentes têm como principal meio de locomoção os veículos
particulares.


“Outras cidades têm anéis verdes, mas a Rede Verde de Hamburgo será
única, cobrindo da área de periferia ao centro da cidade. Em 15 a 20
anos será possível explorar a cidade exclusivamente de bicicleta e a
pé”, colocou AngelikaFritsch, porta-voz do departamento de planejamento
urbano e meio ambiente de Hamburgo, ao jornal The Guardian.


“Para garantir que o plano integre toda a cidade, uma equipe
trabalhará com uma pessoa de cada um dos sete distritos da região
metropolitana. Unir esses espaços garantirá que todos os residentes
poderão desfrutar de acesso à natureza e de um passeio sustentável”,
afirma o plano.


Além disso, ainda mais áreas verdes serão acrescentadas, aumentando
para sete mil hectares esses locais na cidade e imediações, que, além de
servirem de vias para os pedestres e ciclistas, permitirão a realização
de outras atividades de lazer, e serão utilizados até mesmo para
conectar habitats de animais silvestres, permitindo que eles cruzem o
município sem o risco de serem atropelados.


“[A Rede Verde] oferecerá oportunidades às pessoas de caminhar,
nadar, fazer esportes aquáticos, desfrutar de piqueniques e
restaurantes, vivenciar e observar a natureza e a vida selvagem bem no
meio da cidade. Isso reduz anecessidade de pegar o carro para passeios de fim de semana fora da cidade”, observou Fritsch.


Dados do Escritório Climático do Norte da Alemanha do Instituto para
Pesquisas Costeiras afirmam que, nos últimos 60 anos, a temperatura
média do município aumentou em 1,2ºC para uma média de 9ºC. Nesse mesmo
período, o nível do mar em Hamburgo aumentou 20 centímetros, e prevê-se
que aumentará outros 30 centímetros até 2100.


Por isso, além de contribuir para aumentar a qualidade de vida da
população, o plano visa ajudar no combate às mudanças climáticas –
reduzindo as emissões do setor de transporte – e diminuir o risco de
enchentes, que aumentou com a elevação do nível do mar.


Felizmente, a cidade não é a única a adotar essa
estratégia; Copenhagen, capital da Dinamarca, também tem projetos para
desenvolver um planejamento urbano mais sustentável e que combata as
mudanças climáticas.


Uma das ações do município dinamarquês, por exemplo, será desenvolver
ruas levemente convexas, para que a precipitação não se acumule nas
vias e escorra para o meio-fio, onde será coletada. Um dos efeitos das mudanças climáticas em Copenhagen será o aumento no número e intensidade de chuvas e tempestades.


A ideia é que o plano de adaptação climática da cidade, que
recentemente ganhou o prêmio Index Design Award, fique pronto até 2033.
Atualmente, o município já é conhecido por ter um dos sistemas
cicloviários mais abrangentes do mundo.


“Essas medidas contribuirão para uma maior qualidade de vida
em Copenhagen. Temos que considerar o que constituirá uma cidade de
sucesso no futuro”, comentou Morten Jastrup, analista do Sustainia, um
centro de pesquisa da capital dinamarquesa.

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