O QUE MAIS IMPRESSIONA NA OCUPAÇÃO DA FAVELA DA TELERJ, feita na frente da Prefeitura depois da remoção na última sexta feira, é o número de crianças. Muitas, de várias idades, inventando sentidos para a experiência bizarra de violência à qual estão sofrendo. Quem vê aquelas carinhas quase não acredita que alguém teve tamanho despudor de jogar spray de pimenta e gás lacrimogênio nelas. E porque a vida continua, a gente observa, a despeito da fome, uma brincando de carrinho, outra pulando corda, uma terceira dando cabriola na rua larga, sob os olhares de policiais do choque. Cerca de 500 famílias sem absolutamente nenhuma alternativa de moradia. Falta água, comida, cobertores, assistência médica para os feridos no confronto de sexta-feira e tantas outras necessidade do cotidiano. Mas engana-se quem acha que ali falta tudo. As pessoas estão chegando aos poucos, trazendo o que podem, levando imagens e narrativas. As lideranças vão surgindo na medida da necessidade. A solidariedade tá tomando corpo através dos corpos na rua. Esses corpos que não cabem em nenhum discurso estigmatizante, que não se organizam através de partidos ou sindicatos, que continuam lutando pelo direito à vida ainda que tantos outros direitos lhes sejam negados.
de Movimento Cidades Invisíveis
postagem: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=636745666400999&set=a.152564054819165.38299.100001967152537&type=1&theater
de Movimento Cidades Invisíveis
postagem: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=636745666400999&set=a.152564054819165.38299.100001967152537&type=1&theater
Comentários
Postar um comentário