Policiais cumprem mandado de reintegração de posse de terreno na Serra

Policiais cumprem mandado de reintegração de posse de terreno na Serra


Dayana Souza
Passados quase duas semanas após a invasão, oficiais de justiça e policiais cumpriram nesta terça-feira (16), três ordens judiciais de reintegração de posse, expedidas na última terça (9), pela 1ª e 5ª Vara Civil da Serra. O terreno ocupado está localizado às margens da Rodovia do Contorno, na Serra. É uma área privada e fica próximo ao Pavilhão de Carapina, em Jardim Carapina. Veja as fotos abaixo.

Por volta das 6h30, cerca de 180 policiais militares, 40 da Policia Rodoviária Federal (PRF-ES) e 11 oficiais de justiça chegaram ao local para iniciar a retirada das casas improvisadas. A partir das 7h20, cinco tratores começaram os trabalhos de demolição das estruturas de madeira montadas na região.

De acordo com o subcomandante da Polícia Especializada, tenente-coronel Mutz, o terreno possui uma extensão de quatro quilômetros linear e 500 metros quadrados de profundidade. “Logo quando chegamos, realizamos a varredura em todos os barracos e não detectamos nenhum morador, mas temos informações que tem pessoas morando aqui sim. A maioria são de Jardim Carapina e André Carloni, mas tem gente de vários outros pontos, inclusive gente até de outros estados”, informou.

Segundo os moradores, no local há mais de três mil pessoas habitando a região, mas o levantamento da Polícia Militar apontou que ao todo são 500 famílias com lotes já demarcados. Durante a ação, somente 300 pessoas estavam presentes.

“Resolvemos ocupar esse local por necessidade, porque realmente precisamos. Eu pago R$ 500 por mês de aluguel, mesmo sem poder pagar, temos pessoas aqui que já tem seu barraquinho aí, todo montado e estava morando. Aqui era área de desova de morto, lixo hospitalar e até abandono de carros roubados. A gente acreditava que iríamos ficar aqui, planejamos tudo, já tinha até nome o bairro, iria ser Vista do Mestre Álvaro. Deixamos espaço para creche, escola, posto de saúde. Desocupando a área, mas vamos voltar”, afirmou o técnico mecânico, Izaul Araújo Vieira.

Outros moradores explicaram ainda que a maioria das pessoas que invadiram o local, estão cadastrados desde 2011 no programa Minha Casa, Minha Vida e ainda aguardam uma resposta. Um representante da Secretaria Municipal de Direitos Humanos esteve no local para acompanhar a desocupação, mas não quis se pronunciar sobre a situação.

A área pertence a quatro donos, sendo duas empresas (Vix Consultora Imobiliária e Carlos Lima Construtora SA), um espólio (José e Maria da Penha Nunes Pereira) e uma pessoa física (Jayme Larica).

A saída dos moradores foi pacífica, mesmo ocorrendo algumas agressões verbais. A Polícia Militar precisou disparar um tiro de ‘bala de borracha’ de advertência na mata, para dispersar as pessoas. “Os moradores estavam atirando objetos contra a polícia e soltando fogos de artifícios para assustar os cavalos, a própria população foi contra essa ação de poucos moradores”, contou o tenente-coronel Mutz.

PRF-ES detém seis pessoas
Em meio a reintegração de posse, seis pessoas foram detidas. Elas tentaram fechar a Rodovia do Contorno e a via lateral, no sentido norte, mas foram impedidos pela Polícia Rodoviária Federal. Cerca de 15 pessoas, começaram atirar pedras, paus e garrafas de vidro nos policiais.

“Estávamos fazendo a patrulha, quando fomos recebidos com pedras, paus e garrafas de vidro, um dos nossos policiais quase foi atingido duas vezes. Eles estavam levando galhos de árvores para fechar as vias, não foi para impedir a manifestação, e sim para impedir que eles seciassem o direito de ir e vir das pessoas. Além disso na semana passada, foi realizada uma manifestação aqui na região, onde aproveitaram a situação e assaltaram os carros de estavam parados na fila”, relatou o inspetor da PRF-ES, Emanoel.

Entre os 180 policiais militares, haviam policiais do choque do Batalhão de Missões Especiais (BME), da cavalaria e da Polícia Ambiental, além da Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. Os oficiais de justiça e policiais irão ficar no local até a retirada total das demarcações e estruturas.


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