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Estudantes de um lado, polícia do outro

Essa semana foi dos estudantes. Dos estudantes e da polícia. Os estudantes de um lado, a polícia do outro. A população sentada na poltrona (do carro, de casa ou do ônibus) assistindo a cena como a um filme de bang-bang.
A pauta dos protestos é  uma boa pauta. Boa para debater, se o governo estiver disposto a ouvir. Por que Casagrante coloca a Polícia Militar para “conversar” com os estudantes? Por que o governador não tem com os estudantes a paciência que tem para conversar – e trocar favores – com os deputados estaduais?

Afinal, o que querem os estudantes que, desde quarta-feira, tomam as ruas em hora e local marcado? Abrir o debate sobre o preço das passagens de ônibus.

A pauta dos estudantes é simples. No curto prazo, redução do preço das passagens, de olho no futuro, aumento da representação popular no Conselho Tarifário – responsável por decidir o preço das passagens – e que a decisão sobre preço de passagens seja tomada à luz da sociedade, sob o olhar vigilante dos estudantes, e não ás sombras, escondido, em período de férias.

É preciso garantir o direito de ir-e-vir, de o trabalhador chegar a casa após o dia de trabalho, dirão os que defendem a ação policial. Então, por que não usar a Polícia Militar para desobstruir o Centro de Vitória cada vez que a Cesan embola o tráfego por lá? As paralisações dos estudantes são tão agendadas quanto os buracos da Cesan.

Quer saber onde será o próximo protesto? Siga o @protestovix pelo Twitter.

Se é para garantir o direito de ir-e-vir, por que não usar a Polícia Militar para tirar os carros das ruas e permitir que os ônibus – que transportam a maioria das pessoas – transitem com mais velocidade?

Estudantes x Polícia: essa não é a primeira vez


Sempre que estudantes vão às ruas, do outro lado o Estado coloca a Polícia Militar. O blog Cena 18 traz um breve histórico do confronto em Vitória. Em outro blog, Só acontece no Brasil, encontramos imagens de encontro semelhante em Florianópolis, no ano passado -  o que lembra imediatamente a Novembrada de protestos contra a ditadura na mesma ilha do sul.

Muitos outros são os exemplos. Os protestos de 1968, os protestos contra a guerra do Vietnã, a resistência contra as ditaduras no Uruguai, no Chile, no Brasil. Os exemplos encheriam a página, o blog, o domingo.

Dessa vez, os estudantes estão tomando o país. Há protestos em várias capitais – confira no Google. Nesses tempos sem oposição, de movimentos sociais cooptados por verbas governamentais e partidos políticos desdentados, os estudantes são – mais uma vez – a vanguarda da sociedade. João Simonetti (link)

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