MINHA CASA, MINHA VIDA Belo Monte

Foto: Lalo de Almeida.

MINHA CASA, MINHA VIDA FALIDA via Célia Musilli

Conjunto habitacional de Belo Monte, população que antes vivia à beira do rio, na floresta, foi remanejada para bairro inóspito e sem estrutura: bolsões de miséria.

"O pescador não se reconhece no mundo nem reconhece o mundo ao redor. Era rico e agora é pobre, miserável. E lá dentro da “moradia” do bairro com nome pomposo, “Reassentamento Urbano Coletivo (RUC)”, ouve inúmeras vezes ao dia o carro de som passar propagandeando as benesses de Belo Monte. Enquanto escuta que a hidrelétrica “é energia limpa e sustentável”, lá dentro sua família passa fome. Não como força de expressão, mas fome, aquela que dói. Em sua geladeira só há água, e eles esperam que um dos filhos volte no fim do dia em que alugou o corpo por 60 reais na construção civil, para alimentar nove pessoas. O filho mais novo completou 7 anos neste dia. Não há nem presente nem comida. Mas a energia, esta é “limpa e sustentável”, não é isso que o centro-sul acredita?" (Trecho da reportagem de Eliane Brum "O dia em que a casa foi expulsa de casa"/ El País)

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