Os insubordinados

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Sergio Ferro ataca a arquitetura que “ajuda a sustentar a miséria humana” e defende iniciativas de construção junto a movimentos sociais – para ele, um triunfo do trabalho livre
Andrei Reina
É a partir da prática, com a mão na massa, que Sergio Ferro desenvolve sua crítica da arquitetura e das artes plásticas. Pintor, historiador da arte e arquiteto formado pela USP, onde lecionou de 1962 e 1971, integrou ao lado de Flávio Império e Rodrigo Lefèvre o Grupo Arquitetura Nova, que criticava as relações hierárquicas de trabalho no canteiro de obras e propunha o uso de materiais e técnicas acessíveis na construção. O objetivo do grupo era democratizar a arquitetura e superar, com mutirões, as promessas descumpridas pelo modernismo e adiadas pela ditadura.
Preso pelo regime militar em 1970, Ferro se exilou dois anos depois na França, onde lecionou na Escola de Arquitetura de Grenoble e vive até hoje. No país, o contato íntimo com a arte europeia de diferentes escolas e períodos foi decisivo para estudos sobre o Renascimento – sobre o qual se debruçou nos recém-publicados Artes Plásticas e Trabalho Livre (2015) e Michelangelo: Arquiteto e Escultor da Capela dos Médici (2016) – e sobre a arte moderna, objeto de seu próximo livro, em fase de edição. (continua no link)

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